terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Minha Bela Infância


Boas, hoje venho-vos falar do lugar onde nasci. Não, não é sobre o Avelar, terra que me viu crescer. É sim sobre a bela localidade de Fanhões, freguesia pertencente ao concelho de Loures e que há 19 anos e alguns meses viu-me nascer fruto do amor proibido de Artur Fagundes e Albertina Peutoteu, dois jovens que no calor de Fevereiro, são levados pelas hormonas saltitantes dos seus corpos ao acto do coito atrás de uma moita, ao som de José Cid com a sua “Cabana”.
Artur era padeiro. Albertina era servente de pedreiro. Ambos tinham uma vida de sucesso à sua frente mas aquela brincadeira na moita tudo iria mudar, especialmente a barriga de Albertina que não parava de crescer. Aos 8 meses de gravidez Albertina teve de deixar de trabalhar porque já não conseguia fazer xixi de pé e então os seus colegas descriminaram-na e fizeram com que fosse despedida. Já Artur tinha-se apaixonado por Bianca uma mineira desdentada que fazia bicos como ninguém. Com todas estas fatalidades a pobre criatura, eu, nasceu sem o amor de ninguém e foi abandonado às portas dos CTT da Brandoa embrulhado em papel celofane. Os funcionários pensaram que se tratava de uma encomenda pois Albertina era disléxica e enganou-se a escrever a carta de despedida, pois em vez de escrever:
“P'ra Levar” – escreveu: “P'r Avelar”
E foi assim que cheguei à minha actual casa, conjuntamente com um trem de cozinha das Selecções do Ryder's Digest.Desde logo os meus novos pais ficaram irritados por me encontrar aquela hora fora de casa e para me castigar proibiram-me de ver pornografia. Os anos foram passando mas algo não estava bem pois o rapaz tinha uma maneira esquisita de dizer as palavras, ou seja era fanhoso que nem um boi. Então para resolver este problema deram-me umas gotas para o nariz e aí deixei de ser fanhoso e passei a ser ranhoso. Isto mudou a minha vida por completo, já podia dizer “foda-se” em vez de “oda-se”, “Figueira da Foz” em vez de “Igueira da Oz”, já podia dizer “Faz-me um bico” em vez de “Az-me ûm vico”. Tudo mudou. Finalmente podia dizer que era uma pessoa como os humanos! Mas mais ranhoso.
Esta é a minha história de vida...
...ou não!

2 comentários:

wearing Manolo Blahnik disse...

Sniff sniff...uma hiatória com final feliz enfim...!
mas digo te desde já que Fanhões é um nome muito estúpido para ser uma localidade. Aposto que lá não há cerveja!!!

Pedro Moreira disse...

fui ao site da sagres e não há informação que possa rebater a tua suspeita, vou ser obrigado a concordar que Fanhões perdeu algum do seu brilho ;)