sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Armandino Feldspato & Gengivriolina Possidónia

Boa Noite pissoal da vida airada, estão todos benzinho? Ainda bem porque eu estou muito feliz de estar aqui presente para deixar o meu testemunho do percurso árduo e sinuoso que tem sido a minha vida. Desde já gostaria de apresentar a minha mulher, chama-se Gengivriolina Possidónia! É, não é?
G – É…
A – Coitadinha, ela não gosta muito de falar. É uma tristeza, não é nada como eu…
G – É verdade…
A – Cala-te, não vês que eu estou a falar com as pessoas. Não é para me interromperes assim. Coitadinha, teve uma infância muito difícil, muita fome e muita miséria, até que eu a encontrei dentro de uma embalagem de Chocapic e fiz tudo o que ela é hoje, foi ou não foi?
G – Foi…
A – Vêem, sou o melhor marido que se podia ter! Faço a cama, cozinho, limpo a casa, lavo a loiça, passo a ferro. É ou não é?
G – Não, nem por isso…
A – Não??!
G – Não, você ainda é melhor do que isso…
A – Vêem?! É tão bom ouvir a nossa companheira de longa data dizer-nos isto. Já não se fazem destas mulheres hoje em dia. Agora são todas umas pindéricas e roubam-me a minha hora no cabeleireiro, é ou não é?
G – É…
A – Pois… Eu tenho sempre razão. Ai!!! Ainda nem vos disse quem eu sou. È que quando começo a falar perco-me um bocado tão a perceber. Ah! O meu nome, não é verdade?! Pois chamo-me Armandino Feldspato, Armandino por parte da mãe, Feldspato por parte do pai. Nasci em Safanicos de Caganeira, no dia em que o Sol brilhou mais intensamente. Parece que a natureza se vergou perante tanta perfeição, foi ou não foi?
G – Foi…
A – As mulheres estão sempre a elogiar-me. Quando passo na rua só ouço:
“Ai Meu Deus” e “Nosso Senhor Seja Louvado” ou “ Valha-nos Nosso Senhor Jesus Cristo”.
E eu penso para mim, “Fogo Armandino, porque sois tão bom?! “. É ou não é?
G – É…
A – Eu neste momento tenho o melhor emprego do mundo. Sou licenciado na ancestral arte de não fazer um cu. Juntamente aqui com a minha amora silvestre com chantilly, somos desempregados a tempo inteiro. Mas para além disso fazemos parte do SD, Sindicato dos Desempregados, que luta pelos direitos dos desempregados, tais como o aumento do subsidio de desemprego para os 2500€ e a possibilidade de o receber vitaliciamente, caso seja provado que se tem uma profunda incapacidade para o trabalho, tais como a preguiça e a ronha. É ou não é?
G – É…
A – Acho que vou acabar por aqui, porque pelas vossas caras vejo que já não conseguem ouvir mais a minha mulher! É ou não é?
G – Não…
A – Não??!
G – Sim, sim. É isso, vamos embora.

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